Eu até podia ficar satisfeita com a desgraça dos outros; eu até podia ser mitómana e acreditar piamente em tudo o que invento na minha cabeça. Podia seguir a minha vida a enganar as pessoas, sem jamais pôr a hipótese de ser alguma vez apanhada.
No centro de Engano estão dois adúlteros no seu esconderijo. Ele é um escritor americano de meia-idade chamado Philip, que vive em Londres, e ela é uma inglesa culta, inteligente e expressiva, refém de um casamento humilhante ao qual, com trinta e poucos anos, já está nervosamente resignada, ou quase. A ação do livro é feita de diálogos - principalmente conversas entre os amantes antes e depois de fazerem amor. Esses diálogos - acutilantes, ricos, espirituosos, dialéticos - são praticamente tudo o que há neste livro, e não é preciso mais nada.
Dizem que as pérolas são para senhoras mais velhas, com muita classe, ou então para as noivas. Não concordo nada com isto. Desde sempre que sou apaixonada pelas bolinhas brancas que me habituei a ver no pescoço da minha mãe, ou das minhas tias. Claro que, tendo acabado de dizer isto, pareço estar a dar razão à velha teoria... Mas o que interessa aqui é que, para mim, nós as jovens frescas, vivaças e esplendorosas, podemos perfeitamente marcar uma posição e usar pérolas sem parecermos a nossa avó.
Não misturo pérolas com tons com tons pastel; Uso-as com cores alegres ou com cores escuras, mas não com tons idênticos, pois acabam por morrer;
Misturo-as com outros fios ou colares de vários tamanhos e formatos;
Invento sítios e maneiras de as usar, sem ser ao pescoço;
Uso-as durante o dia, e não só à noite ou ocasiões especiais;
Scandal é a mais recente série do vício. A história centra-se em Olivia Pope, ex-diretora de comunicação do presidente dos EUA.
Olivia é uma "fixer", uma pessoa que controla a imagem de pessoas famosas, quase todas elas ligadas à política, arranjando solução para crises de imagem.
Além de me encontrar ainda um pouco em dúvida quanto à atriz que dá corpo à personagem, encanta-me o romance adúltero com o presidente dos EUA, um amor impossível, alimentado por ambas as partes. A escolha deste facto para a história não terá sido casual para o seu todo. Se Olivia faz tudo e usa todas as armas que tem e todas as pessoas que conhece para livrar as celebridades de tudo o que possa danificar a sua imagem, para o seu caso específico não tem solução, a não ser afastar-se definitivamente do homem que ama e que a ama a ela.
Mas a série está muito bem conseguida: não há um único episódio que não nos deixe sequiosos pelo próximo; a história que antecede o enredo vai sendo atirada episódio a episódio; há sempre um segredo que é revelado; e, apesar da tenacidade e autoconfiança aparentes, há sempre uma fragilidade em cada personagem.
Depois, temos o guarda-roupa, mas só mesmo o de Olivia Pope, sempre com casacos fantásticos, mesmo ao meu estilo. Ok, vá, os penteados da primeira dama não estão mal.
Um pufe que faz de mesa de apoio numa sala, Nele combinam-se livros, caixas, velas...
E uma mesa de apoio ao sofá, com leituras disponíveis para quem ali se sentar?
À entrada um móvel vintage que serve de repouso a uma pilha de livros cansados.
E que melhor poiso para uma bola de cristal?
Os melhores companheiros: livros e um candeeiro.
Indispensáveis numa casa de praia...
Sempre adorei ter livros a decorar a casa. Houve até uma vez, numa casa onde não vivia sozinha e onde havia muitos livros, que criei uma sala mais parecia uma biblioteca. Mas uma biblioteca sem catalogação. Sem prateleiras nem estantes. Havia antes pilhas no chão. Pilhas na consola. Pilhas no carrinho bar.
As formas variadas, os desníveis em que ficam dispostos, a curiosidade que despertam as lombadas, fazendo-nos inclinar a cabeça e torcer o corpo para ver de que se trata. Os títulos parecem chamar-nos, assim deitados. Eu gosto assim...