sábado, 26 de julho de 2014

Ketchikan - Capital do Salmão, Ak.




A previsão meteorológica de “Chuviscos” é a que podemos esperar na pequena cidade de Ketchikan, a aclamada capital do salmão. Pleno Julho, supõe-se que seja o pico do verão. Chove em viés sem parar. Ainda assim, façamos jus à cidade que tem paisagens de nos fazer cair o queixo, está pejada de vida selvagem, e vive da sua cultura pesqueira. Ketchikan fica na ponta da entrada da famosa Inside Passage do Alasca e, quer para qualquer fotógrafo de trazer por casa como eu, ou para o fotógrafo profissional, tem a paisagem de sonho, seja pelos monumentos naturais como os Misty Fjords, ou lagos tão azuis que ferem os nossos olhos, acompanhados de montanhas cujos picos estão cobertos de neve e formam coroas magníficas de um branco imaculado. Se por acaso o sol espreitar e esta paisagem não estiver toldada pela neblina, o cenário causa-nos uma sensão de deslumbre tamanho que até eu, uma rapariga de cidade, fico pasmada.

Foi aqui que comi a melhor bagel do mundo com queijo creme e salmão fumado.
Aqui fiz também uma viagem pela Tongass National Forest, pendurada numa roldana, deslizando pelos cordões que nos levam de árvore em árvore. Esta floresta tropical arregalou-me os olhos. Nunca tinha visto nada igual. Do chão saem abetos e cedros seculares que, com as intempéries, acabam por ser atirados ao chão e exibem as suas raízes que por ali ficam desordenadas, por entre variadíssimas espécies de musgo. Os tons de verde são imensos e sente-se o ar puro de uma natureza que parece abandonada. Mas não. Este tapete natural convive com quedas de água de onde saltam salmões, ursos esfomeados que procuram frutos silvestres e salmão em riachos, e pássaros de mais de 250 espécies.

A pescaria de água salgada é uma das maiores atracções e, para quem gosta, são inúmeros os retiros, lodgings e resorts que proporcionam espantosas aventuras ao ar livre, refeições magníficas e alojamento com conforto. Fui fazer uma refeição a um deles. Pelo caminho, num barco rápido, outrora da guarda costeira, vi como as águias enormes, de cabeça rapada, rapinavam os céus rumo à água, em busca de mais um peixe para a refeição. São lindas e nunca me tinha apercebido do seu tamanho.
Foi aqui que descobri o halibute. Isso. O peixe de que é feito o creme que tão bem conhecemos, mas segundo tenho na ideia, não é prato que costume constar das nossas mesas. Provei no restaurante do meu barco. É simplesmente delicioso.
Fui no barco que dantes atravessava o Bering Sea à pesca de caranguejo. Aqui mostraram-nos todos os passos da pesca em alto mar e, depois, ainda nos presentearam com uma pequena caixinha para o almoço.

Faltam-me os Totems. Lá chegarei. Afinal, tenho mais sete semanas no Alasca.